MALEVICH, dá-me que pensar. Pois o que é a negação da própria arte (vida)? O que é a arte (vida)? E o que é a negação da mesma (vida)?
Por outro lado é fascinante, o que um quadrado preto sobre fundo branco pode fazer, o que ele pode mudar... a força que tem! A partir da sua simplicidade física chegamos à complexidadade da sua explicação ou percepção. Pois o que à partida é simples, na verdade torna-se complicado de perceber, pois parece-me que a simplicidade é algo de complexo e impossível de atingir. Neste quadro suprematista, Malevich chega ao cume da genialidade (a meu ver), por nos mostrar que existe sempre algo que não tem que ser figurativo, ou que algo não tem que representar qualquer coisa, ou "simplesmente" que algo só é aquilo que é e não representa nada a não ser essa "coisa" própria tal como é! E aqui entramos num ciclo vicioso...pois é impossível de "ver" uma "coisa" só por ser como é, se é necessário "ver" então, dissertamos, explicamos, teorizamos, porque somos assim...e o vazio não existe, pois ele é sempre preenchido por nós de alguma forma... ... ... genuína...
Este quadrado preto sobre fundo branco (e toda a sua carga ideológica inerente a ele) mostra-nos aquilo que todos somos; complexos apesar de simples. Ou seja, nós mesmos...um quadrado preto...
Compreendemos ou não...é necessário por a tinta na tela.